NO MEIO DO MEIO...
No meio dos montes e vales… no meio do seu meio, meio perdidos ali vivem “eles”… ou sobrevivem.
São inteligentes mas ninguém se apercebe, têm ideais próprios mas não os põe em prática, têm sonhos, mas não os concretizam, são prisioneiros de um mundo que odeiam… mas não fazem nada para se libertar.
Surge-nos a vontade e perguntar: Mas porquê???... – mas de nada vale perguntar porque “eles” também não sabem responder. Foram educados “assim”… Todos os que o rodeiam são “assim” como eles, pois aprenderam com eles.
E os do meios também deverão:
Supostamente ser inteligentes; Supostamente têm ideais; Supostamente ter sonhos; Supostamente ser prisioneiros
Com o tempo transformam-se em pessoas pequeninas, sem horizontes, muito amargas, tristes e frustradas, transformam-se em pessoas pouco boas, fruto do meio em que vivem.
Se um dia tiveram uma emoção, a vontade de cometer uma loucura, vontade de serem diferentes, já se devem ter esquecido disso. Como esquecida, perdida e anulada será a sua felicidade caso ousem querer ser felizes fora do meio.
E “eles” perdidos no meio do meio andam meio perdidos…
Lêem para aprenderem e conhecerem aquilo que não conhecem, locais onde não têm coragem de ir… vivem através dos personagens dos seus livros, as emoções que não têm coragem de viver… sentem-se mais protegidos, salvos assim.
Dos do seu meio apenas conhecem o lado que eles mostram, aquelas atitudes que são apreciadas no meio… ou não… pois qualquer 0,5 de alcoolemia é motivo para ser colocado na lista negra por uns tempos… o tempo que demoram a esquecer os do seu meio, o que por falta de outros meios, é sempre muito… chegando á marca, á estigmatização.
A família está lá para alertar… tal como nos 10 mandamentos do “NÃO!”, eles só lhes mostraram o que NUNCA devem fazer… O que devem fazer por obrigação é ter uma reputação (uma boa reputação), um terreno com uma casa, um conjuge, filhos...
Os que não são do meio e que ocasional ou acidentalmente passam pelo meio deles, são olhados de soslaio, são avaliados pelas aparências e fazem deles personagens que não existem… Como defesa, têm tendência em não gostar deles; da forma como vestem, se penteiam, como se movimentam, como se do desconhecido, do oculto, do diabo se tratasse… não são do meio… não conhecem os seus passados…
Conhecer o passado, a família (boa família) é imperativo… caso contrário será irradicado, banido, será amaldiçoado, odiado… marginalizado. Todo aquele que do meio lhe dirigir a palavra será perseguido…
E eles, já para evitar sofrerem e evitar fazerem sofrer, desistem antes de tentarem…
No meio também existe a elite… mas no meio da elite não sabem que eles existem… eles não são da elite… eles são só do meio… para além disso têm medo da elite…
Não andaram na universidade pois a família teve medo que eles se “perdessem”, como muitos do meio que foram embora para estudar ou trabalhar e nunca mais voltaram a não ser na férias e que (cruzes!!!) têm famílias que não são do meio… e (credo!!!) são gente de aparência muito estranha e eles próprios já não são fiar…
O futuro deles não está escrito nas estrelas, nas nuvens, ou em qualquer outro sitio romântico, cheio de esperança e magia… o futuro deles está no meio... casará com alguém do meio, terá os seus filhos no meio que educarão tal como foram educados…
As suas inteligências continuarão a crescer na clandestinidade dos seus livros secretos, os seus ideais manter-se-ão em local seguro, os seus sonhos continuarão por concretizar e serão prisioneiro do meio para sempre…
A eles grito:
SE TU NÃO VIVES SATISFEITO
MUDA DE VIDA
ESTÁS SEMPRE A TEMPO DE MUDAR
MUDA DE VIDA
NÃO PODES VIVER CONTRAFEITO
MUDA DE VIDA
SE A VIDA NÃO TE CORRE AO TEU JEITO
(Carinhosamente dedicado ao AJOS e á SMOS)
3 comentários:
Muito bonito.
Enviar um comentário