Hoje ouvi de manhã na rádio que mais um ilustre não sei quem, escreveu um livro… escreveu um livro sobre a sua experiência relacionada não sei com quê, nem com quem… bem também não tive qualquer tipo de interesse em continuar a ouvir esta fantástica notícia, até porque comecei logo a divagar (sou um bocado perita nisto de divagar), mas a questão que me assolou de imediato foi: Então, mas se ainda agora na altura do Natal ouvi dizer numa reportagem (ou notícia, não me lembro) que os portugueses são os cidadãos da Europa que menos lêem, como diacho é que todos escrevem livros?! … Bem, escrevem livros e PIOR, há quem os edite…
Pois é… Isto é um contra-senso!!! As minhas perguntas seguintes são: será que estes livros são vendidos? É que á partida, quando alguém compra um livro presume-se que seja para ler… e neste caso como é que podem afirmar que os cidadãos da república portuguesa não lêem? …
Bem… também pode ocorrer a situação de os portugueses comparem livros para enfeitarem as estantes dos móveis. É que não sei se sabem, mas é muito chique ter livros nos móveis (mesmo que os livros sejam a fingir) … e depois a quantidade de programas sobre decoração que existe na televisão. O livro tornou-se praticamente um objecto de decoração imprescindível.
Mas a seguir fui fazer uma pesquisa e de facto o mercado literário está em crise… Porque será?
Como leitora gosto de enredos complicados, cheios de pormenores, detalhes, gosto de ler aquele tipo de literatura que a maioria chama de “CHATO”… Para mim a leitura tem que me fazer entrar na trama, visualizar as personagens, imaginar, viver o livro, TEM QUE ENSINAR…
Que tanto terá um jogador de futebol para transmitir em palavras escritas num “livro” a um leitor?! …(logo esta classe profissional que nem falar sabe quanto mais escrever…). Ora se é para sabermos o que fazem no campo ou seja lá onde for, basta ler um jornal ou revista… é mais barato e fala sobre muita outra gente.
E claro que nós já não falamos a língua de Camões… quando lemos o que ele escreveu temos que ter alguém que nos ensine o que ele estava a pensar, a sentir, o que queria dizer… Ou seja temos que ter um tradutor… E obrigam-nos a isto, e isto faz com que pessoas desinteressantíssimas, que escrevem, “chouriço” com um “X” e que contam as parvoíces que fazem na intimidade (igual ás de toda a gente, incluindo nós) tenham “best sellers”…
E aqui chego a esta conclusão de que na “blogosfera” existem pessoas que escrevem de forma brilhante, mesmo quando são apenas os seus
pensamentos, as suas vivências diárias e as suas emoçõeS, a sua autenticidade... e como o fazem por prazer (e de forma gratuita) tornam-se muito mais interessantes…